Sessão “Os Maias, de Eça de Queirós – como interpretação de Portugal”, com o Professor Doutor José Cândido de Oliveira Martins – 11 de abril de 2024

No dia 11 de maio, a turma 2.º C e vários alunos das turmas 2.º A e 2.º B, acompanhados pelas Professoras Eugénia Gonçalves e Patrícia Lima, participaram na Sessão “Os Maias, de Eça de Queirós – como interpretação de Portugal”, dinamizada pelo Professor Doutor José Cândido de Oliveira Martins, no auditório da Escola Secundária de Ponte de Lima.

O Professor Doutor José Cândido preparou a Sessão com vista a motivar os alunos para o estudo da obra queirosiana. Recorrendo a uma abordagem muito interativa com os estudantes, o Professor iniciou, salientando que “Os Maias” falam de nós, portugueses, pessoas sonhadoras, com muitos projetos, mas que, no final, não concretizamos nada.

Os alunos ficaram a saber que, na sua obra, Eça vai-nos apresentando vários retratos da família Maia, de modo a espelhar a vida portuguesa no século XIX: a vida de um país “imóvel, petrificado, “marasmado”, sempre na “mesmice”. As personagens principais são românticas, movem-se, sobretudo, pela paixão. São portugueses genuínos, como é o caso de Carlos, que, embora tenha sido educado à maneira inglesa, sob a égide da “razão”, não consegue concretizar um único plano de ação. Segundo o Professor, em várias passagens da obra, as personagens, à boa maneira portuguesa, optam por satisfazer o estômago, porque o resto, nomeadamente projetos para mudar Portugal, não valem a pena, é tudo um fracasso. Por outro lado, acentuando o nosso complexo de inferioridade, insiste-se na ideia de que Portugal é um país decadente, pelo que o que é estrangeiro é que é bom.

No final da Sessão, o Professor Doutor José Cândido referiu que sente que há alunos que não têm coragem para ler a obra. Contudo, defendeu que, enquanto cidadãos, não ler “Os Maias” faz de nós portugueses incompletos, já que a obra é o retrato de Portugal e, efetivamente, o Portugal do século XIX continua a ser o Portugal dos dias de hoje.